sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Áreas degradadas podem se transformar em sistemas agroflorestais

A chamada transição agroecológica consiste no apoio a um processo de transformação dos atuais modelos de desenvolvimento rural e de agricultura convencionais para estilos de desenvolvimento e manejo agrícola mais sustentáveis. De acordo com a pesquisadora Nilzemary Lima, da Embrapa Caprinos e Ovinos, a transição ecológica surgiu como uma ferramenta gradual de mudança.

Segundo a pesquisadora, o sitema vem sendo usado para recuperar áreas de capoeira abandonadas por queimadas e desmatamentos, o que permite transformar as áreas em sistemas agroflorestais sustentáveis, combinando atividades de pecuária e exploração agrícola, inclusive com produção de alimentos para animais. Este trabalho é o principal objetivo de pesquisas da Embrapa Caprinos e Ovinos, que tratam da transição ecológica no semiárido nordestino. Os trabalhos realizados têm mostrado potencial de ser alternativa para os agricultores locais, com práticas que amenizam os efeitos da agricultura migratória.

Segundo ela, as práticas migratórias da agricultura convencional na caatinga, com a derrubada da vegetação, queimadas e uso do superpastoreio, que é a concentração de animais acima do limite suportável pelo ambiente, têm sido fatores de degradação do bioma há mais de três séculos. Assim, tornariam impossível mudanças bruscas na conscientização dos agricultores para que eles incorporarem, em curto prazo, práticas sustentáveis dos recursos naturais renováveis. Dessa maneira, um trabalho de transição surgiria como boa alternativa.

A transição agroecológica permite também a adaptação tanto aos fatores ambientais, como clima, solo e água,  dos ecossistemas quanto à cultura das comunidades que manejam os sistemas de produção. Isto tem permitido que se trabalhe com mudanças de atitude e valores dos atores sociais em relação à conservação de recursos naturais.
Fonte: Nordeste Rural

Nenhum comentário:

Postar um comentário