A chamada transição
agroecológica consiste no apoio a um processo de transformação dos atuais
modelos de desenvolvimento rural e de agricultura convencionais para estilos de
desenvolvimento e manejo agrícola mais sustentáveis. De acordo com a
pesquisadora Nilzemary Lima, da Embrapa Caprinos e Ovinos, a transição
ecológica surgiu como uma ferramenta gradual de mudança.
Segundo a
pesquisadora, o sitema vem sendo usado para recuperar áreas de capoeira
abandonadas por queimadas e desmatamentos, o que permite transformar as áreas
em sistemas agroflorestais sustentáveis, combinando atividades de pecuária e
exploração agrícola, inclusive com produção de alimentos para animais. Este
trabalho é o principal objetivo de pesquisas da Embrapa Caprinos e Ovinos, que
tratam da transição ecológica no semiárido nordestino. Os trabalhos realizados
têm mostrado potencial de ser alternativa para os agricultores locais, com
práticas que amenizam os efeitos da agricultura migratória.
Segundo ela, as
práticas migratórias da agricultura convencional na caatinga, com a derrubada
da vegetação, queimadas e uso do superpastoreio, que é a concentração de
animais acima do limite suportável pelo ambiente, têm sido fatores de
degradação do bioma há mais de três séculos. Assim, tornariam impossível
mudanças bruscas na conscientização dos agricultores para que eles
incorporarem, em curto prazo, práticas sustentáveis dos recursos naturais
renováveis. Dessa maneira, um trabalho de transição surgiria como boa
alternativa.
A transição
agroecológica permite também a adaptação tanto aos fatores ambientais, como
clima, solo e água, dos ecossistemas quanto à cultura das
comunidades que manejam os sistemas de produção. Isto tem permitido que se
trabalhe com mudanças de atitude e valores dos atores sociais em relação à
conservação de recursos naturais.
Fonte: Nordeste Rural
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